ESSE GAROTO DE APENAS 16 ANOS TEVE UMA IDEIA PARA LIMPAR O OCEANO


O jovem holandês Boyan Slat, de 23 anos, há alguns anos inventou o primeiro sistema para limpeza de plástico dos oceanos do mundo. A ideia para a criação do projeto surgiu depois que o menino fez uma viagem a Grécia. Ele contou que durante um mergulho viu mais lixo do que peixes na água. Seu projeto foi chamado de System 001 e foi lançado no último sábado, 8 de setembro.
No entanto, Slat teve de acompanhar o lançamento de sua invenção em terra, já que facilmente fica enjoado quando está no mar. "Eu não sou um homem do mar", afirmou o rapaz. Aos 18 anos, o rapaz criou a empresa The Ocean Cleanup e de lá para cá conseguiu angariar, através de uma plataforma de colaborações, cerca de 21 milhões de euros para seu projeto.
Lançado em São Francisco, a partir da Ponte Golden Gate, a barreira flutuante tem como destino inicial a ilha de lixo do Pacífico do Norte, que está situada entre o Havaí e a Califórnia, e que chega a ser duas vezes maior que o estado do Texas de puro lixo. Com esse dispositivo, a promessa é de que possam ser removidos 50% de todo o material plástico dessa ilha de lixo em cinco anos.

System 001

A ação consiste em uma barreira não tripulada flutuando no mar e que se movimenta de acordo com as correntes marítimas. Ela concentrará o plástico espalhado no oceano por onde ela passar e que será retirado em seguida. O System 001, basicamente, trata-se de um tubo de cerca de 600 metros que conta com uma 'saia' de cerca de 3 metros de profundidade em formato de U e que fará o trabalho de reter o plástico acumulado pela corrente.
O equipamento do jovem holandês foi desenvolvido para que os animais marinhos possam atravessá-lo sem ficarem presos. O sistema sólido cria um fluxo para baixo onde eles podem desviar da barreira criada pela 'saia' submersa. A esperança de Slat é que dessa forma o lixo se acumule, como acontece à beira-mar, e assim possa então ser recolhido. A cada 4 semanas, um navio se deslocará até a região aonde se encontra o sistema para remover o lixo acumulado pelo equipamento, trazendo de volta para a terra todo os detritos que antes estavam espalhados nas águas.
O dispositivo ainda possui tecnologias modernas para sua manutenção, como iluminação solar, sistemas anti-colisão, câmeras, sensores e satélites, que inclusive serão responsáveis por fornecer dados em tempo real aos controladores, como a localização da barreira, por exemplo.

O ambicioso plano

Segundo o jovem, um conjunto de 60 sistemas similares ao System 001 poderia reduzir drasticamente a quantidade de plástico nos oceanos até 2025. "Espero que este seja um momento decisivo para o problema da poluição plástica. Por sessenta anos, isso só piorou e piorou. Agora, esperamos estar mudando a maré", afirmou Slat em entrevista à TIME.
O projeto de Slat já enfrentou algumas críticas a respeito de sua eficácia, uma vez que as pessoas começaram a contestar o que seria feito com todo o material poluente recolhido. Só para se ter uma ideia, segundo a ONU, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico são jogadas nos oceanos todos os anos. Entretanto, o garoto sugere que esse plástico pode ser reciclado, dependendo das condições em que ele estiver quando recolhido, e transformado em outros produtos duráveis.
Porém, opiniões contrárias acabam afirmando que esse plástico pode acabar voltando aos oceanos novamente. Slat é então enfático ao frisar que a corrida na verdade é contra o tempo. Uma vez que todo esse plástico no oceano começará a se transformar em microplásticos, o que tornaria a tarefa de recuperar esse material quase impossível. Hoje em dia, cerca de 8% de toda massa plástica no lixo do Pacífico são microplásticos, conforme estudo realizado pela The Ocean Cleanup.
"[...] é claro que o que vai acontecer nas próximas décadas é que todos os outros 92% de plástico serão transformados em microplásticos também. Então, quanto mais cedo conseguirmos retira-los, melhor" afirma o jovem na revista Scientific Reports. "Grandes problemas exigem grandes soluções. Se alguém tiver alguma ideia melhor, adoraríamos saber", concluiu.
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