Especial mês de Halloween: Corpo seco

Corpo Seco
Homem que passou pela vida semeando malefícios e que sevidiou a própria mãe.
Ao morrer, nem Deus nem o Diabo o quiseram, e a própria terra o repeliu enojada de sua carne, e um dia, mirrado, defecado, com a pele engelhada sobre os ossos, da tumba se levantou em obediência ao seu fado, vagando e assombrando os viventes na calada da noite.
“Pobre mulher certa vez, conta-se no sertão, amadora dos bons guisados de urupês (orelha de pau) vagava pela mata para colher os apetecidos, quando se deparou caído um pau-piúca, onde abrolhavam os saborosos parasitas, alvos muito alvos como pipocas. Colhia-as quando, no desvendar a parte extrema do madeiro, se tomou de pavor e muito susto ante dois olhos escarninhos que a fitavam, e disparou a correr desorientada sob o riso cachinado do Corpo Seco a chancear da peça que pregou à pobre mulher.”
Fonte: ifolclore.vilabol.uol.com.br

Corpo-seco

Segundo a lenda o “Corpo-Seco” teria sido em vida um homem que brigava muito e espancava a própria mãe. Devido a incrível maldade que havia dentro dele, assim que morreu virou uma criatura maligna que costuma ficar camuflada nos troncos das árvores só a espera de alguma criança malcriada passe destraida perto dele. Dizem que apesar de sua maldade, o Corpo-Seco, que também é conhecido como Unhudo, teria se arrependido de ter maltratado a mãe e por essa razão ele pune todas as crianças que demonstrem teimosia ou que respondam para suas mães. Talvez tivesse vindo daí o ditado popular que diz: “Quem bate na mãe fica com a mão seca”.
Existe também outra teoria sobre a origem do Corpo-Seco que diz que ele teria sido, em vida, um homem muito egoísta e mesquinho que cultivava uma variedade enorme de frutas e grãos em sua fazenda. Mas após uma época de estiagem em que diversas pessoas estavam passando fome, conta-se que o fazendeiro se negou a dividir seus estoques que havia guardado em grande quantidade. Os populares se revoltaram e em meio a briga o fazendeiro acabou morrendo vítima de um enfarto. Mas após sua morte ele não teria descansado, sua raiva só aumentou e acabou por se transformar em uma criatura/espírito cruel e vingativo. Diz a lenda que a a criatura que outrora foi um fazendeiro fica nas matas a espera de qualquer um que cruze seu caminho e jamais deixa que outras pessoas se aproximem de árvores frutíferas, ás quais ele considera serem sempre de seu antigo pomar.
A lenda do Corpo-Seco está espalhada por todo o Brasil, principalmente nos estados do Amapá, Paraná, Amazonas e Minas Gerais. Existem ainda alguns países de língua portuguesa que também cultuam essa lenda.
Já no interior de São Paulo a lenda ganhou um certo toque “vampiresco”. Dizem que o cadáver fica camuflado em meio a mata a caça de pessoas desavisadas, quando o infeliz passa ao seu lado a entidade suga todo o seu sangue o transformando em um Corpo-Seco também. Mas se ninguém passar perto da entidade por muito tempo ela morre de fome e fica igual a uma árvore seca. Por essa razão que existem muitas árvores mortas com aspectos humanos.
Já em Ituiutaba, Minas Gerais, há uma outra variação da lenda. Dizem os populares que o corpo de uma mulher que havia sido enterrado no cemitério municipal não permanecia no fundo da cova mais do que algumas horas. Segundo os mesmos, a terra expulsava o corpo. Era como se a terra repelisse o corpo da mulher. Os bombeiros teriam sido chamados e na falta de uma explicação (e de uma solução) os bombeiros teriam levado o corpo da mulher para uma caverna que fica em uma serra ao sul do município e a teriam deixado lá para seu descanso eterno. Mas segundo os moradores que ousam andar pela estrada de terra que fica a margem da serra, dizem escutar lamentos e gritos de uma mulher vindos de dentro da caverna. A serra onde se encontra a caverna ficou conhecida como a “Serra do Corpo-Seco”.

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